ETANOL, ÁLCOOL, GASOLINA

Álcool ou gasolina: o que vale a pena? 

Edição 59 - 19/4/2010

 

De todos os carros novos vendidos no país em 2009, 90% foram com o sistema Flex Fuel, ou seja, carros que rodam usando álcool ou gasolina.

• 
• 
• 

Compartilhe:

As montadoras aderiram ao bicombustível diante da oferta de álcool e do preço competitivo, além deste ser considerado menos poluente que a gasolina. Entretanto, na hora de abastecer, muitos consumidores ficam em dúvida sobre qual combustível vale mais a pena.

O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA - USP) elaborou um estudo apontando que o álcool não é vantajoso quando seu valor ultrapassa 70% do valor da gasolina. Os economistas levaram em conta que o rendimento do álcool é 30% menor que o da gasolina, ou seja, seu preço precisa ficar em determinado patamar para que o veículo rode a mesma quilometragem com aquele volume de combustível.

Para fazer o cálculo, basta pegar o preço dos dois combustíveis no posto de abastecimento e verificar o percentual do preço do álcool em relação à gasolina. Por exemplo: de 21 a 27 de março deste ano, o preço médio da gasolina no Brasil foi de R$ 2,57 o litro, segundo pesquisa da Agência Nacional de Petróleo (ANP). No mesmo período, o álcool valia R$ 1,72. Seria bom negócio abastecer com álcool nestas condições?
Consideramos que R$ 2,57 (preço da gasolina) equivale a 100% e X é o percentual que buscamos para o preço do álcool. Fazendo a regra de três, chegamos a 66,92%. Assim, o preço do álcool equivale a menos de 70% que o valor da gasolina e, nesta condição, é mais vantajoso abastecer com álcool.

Outra maneira para fazer o cálculo é multiplicar o preço da gasolina por 0,70, se o resultado for menor que o valor do álcool, compensa abastecer com álcool.
Então o álcool é sempre mais vantajoso? A resposta é não. Por condições do mercado internacional, maior demanda de açúcar, aumento das exportações do produto ou mesmo chuvas em regiões produtoras da cana de açúcar podem afetar o preço do álcool, forçando a uma elevação no valor cobrado direto ao consumidor. Vale lembrar também que os preços de combustíveis são liberados no país, então pode haver uma grande diferença entre os valores cobrados de um estabelecimento para outro, e pesquisar é sempre aconselhável.

Mas não basta olhar apenas o preço. A ANP e os órgãos de defesa do consumidor dão algumas dicas para saber se o combustível oferecido é confiável e não foi adulterado. Segundo o órgão regulador, a qualidade do combustível brasileiro melhorou bastante nos últimos anos. Mas as principais irregularidades ainda incidem no etanol (álcool).
Orientações para a compra de combustíveis:
1) Exigir a nota fiscal de compra
2) Os postos que ostentam a bandeira de uma distribuidora, usando sua marca nas instalações e bombas, só podem vender o combustível adquirido dessa distribuidora
3) Postos sem bandeira são obrigados a informar, em local visível, de qual distribuidora compraram o combustível
4) Os postos também têm que informar, em local visível para os consumidores, os preços dos combustíveis
5) Todos os postos são obrigados a ter uma proveta para verificar o teor de álcool da gasolina, sempre que solicitado pelo consumidor
6) Em caso de descumprimento de alguma dessas regras, o consumidor pode telefonar para o Centro de Relações com o Consumidor da ANP. O número é 0800-970-0267 e deve estar exposto em local de grande visibilidade.
Denúncias
Suspeitas de irregularidade na venda de combustíveis podem ser encaminhadas para o Centro de Relações com o Consumidor da ANP pelo telefone 0800-970-0267