sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Óleo Lubrificante Para o Seu Carro - Tudo o Que Você Precisa Saber

Quantos tipos de óleo de motor existem? Como são eles?

Os óleos são caracterizados por suas especificações. Para melhor defini-los, precisamos observar três aspectos:
1) Especificação de desempenho - a mais tradicional é a API (Instituto Americano de Petróleo), mas existem especificações européias, como Acea e as respectivas de cada montadora. Para API a especificação mais moderna é a SM, que está sendo introduzida no Brasil, principalmente para produtos de alta performance, uma vez que requer óleos básicos especiais.


2) Especificação de viscosidade - regulada pela SAE (Sociedade de Engenheiros da Mobilidade), há basicamente dois grupos, o de monoviscosos (como 30, 40 e 50) e multiviscosos (como 20w50, 10w40, 5w40); os multiviscosos têm maior capacidade de resistir à variação térmica dos motores, apresentando menor redução de valor quando do aumento da temperatura.
3) Base do óleo - pode ser mineral, sintética ou semi-sintética. As marcas tradicionais no mercado (Petrobras, Shell, Texaco, Mobil, Castrol, Ipiranga e Repsol) costumam ter produtos que atendem a essas especificações.
Detalhando um pouco mais:
Óleo mineral multiviscoso - O mineral multiviscoso é o mais comum no mercado. Esse tipo de óleo é adequado para qualquer motor, sendo ele de qualquer cilindrada ou combustível. Sua principal característica é adaptar a viscosidade de acordo com a temperatura de funcionamento do motor.
Vamos tomar como exemplo o 15W40. O primeiro número indica a viscosidade do óleo em uma temperatura baixa, como na hora da partida, e o segundo indica a viscosidade à temperatura operacional. Quanto menor o primeiro número, mais fino é o óleo e quanto maior o segundo, mais grosso. O cuidado necessário é efetuar as trocas antes de atingir o limite de quilometragem, nesse tipo de óleo recomendada a cada 5 mil quilômetros. Caso passe despercebido, com o tempo provoca alto índice de carbonização interna do motor que, a partir de então, fica sujeito a falhas e quebras.
Óleo semi-sintético - O semi-sintético é o óleo que mistura a base sintética com a mineral. Esse tipo é recomendado para motores mais potentes que trabalham em altas rotações. Mas, nada impede seu uso em motores menos potentes. Provoca menos carbonização interna e contribui para amenizar o atrito entre as peças internas do motor, principalmente durante a partida, quando a maior parte do óleo encontra-se em repouso no cárter – reservatório do óleo. Ele também é do tipo multiviscoso. A troca é recomendada pela maioria dos fabricantes a cada 10 mil quilômetros, mas convém efetuá-la antes disso, por volta dos 8 mil.
Óleo sintético - Os sintéticos são os mais elaborados e caros e prometem manter a viscosidade constante, independentemente da temperatura de funcionamento do motor. Com essa característica a tendência é não carbonizar o motor. São indicados para os modelos esportivos que trabalham em regimes mais severos. A troca é recomendada a cada 20 mil quilômetros, mas é bom ficar sempre atento ao nível.

Como decido que tipo de óleo usar?

A definição do lubrificante envolve uma série de quesitos, mas a forma de simplificá-la é seguir a recomendação do manual do proprietário, que traz a recomendação do fabricante que é quem melhor conhece seu veículo e pode definir, por meio de testes, as condições operacionais e a especificação mais adequada do lubrificante.
Seguindo essa recomendação, trabalhando com marcas tradicionais e confiáveis e consultando seu mecânico de confiança, você chegará a uma escolha adequada. Tendo dúvida, o cliente ainda pode consultar o serviço de atendimento ao cliente. Também no rótulo das embalagens em geral se encontra um número de atendimento, quase sempre um 0800 que pode ser acionado pelo cliente.

Quando devo completar o nível de óleo?

Com o uso do carro, o nível do óleo baixa um pouco devido às folgas do motor e à queima parcial na câmara de combustão. Assim, enquanto não chega a hora de trocar o óleo, devemos ir completando o nível.

Qual o nível correto do óleo no carro?

Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, o nível correto se encontra entre os dois traços e não só no traço superior. Se o óleo fica abaixo do mínimo da vareta, o motor pode ser prejudicado por falta de lubrificação. No entanto, se o óleo fica acima do máximo da vareta, haverá aumento de pressão no cárter, podendo ocorrer vazamento e até ruptura de bielas, além do óleo em excesso ser queimado na câmara de combustão sujando as velas e as válvulas, danificando também o catalisador no sistema de descarga do veículo.

Quando devo trocar o óleo do carro?

Quando atingir o período de troca recomendado pelo fabricante do veículo e que consta do manual do proprietário. Os atuais fabricantes dos motores vêm recomendando períodos de troca cada vez maiores, dependendo do tipo de serviço e da manutenção do carro.

É verdade que o motor deve estar quente na hora de troca de óleo?

Sim, porque quando o óleo está quente, ele fica mais fino e tem mais facilidade de escorrer, além do que as partículas de impurezas ainda estão em suspensão.

Quanto tempo devo esperar para medir o nível de óleo?

É importante que se espere pelo menos 15 minutos após o motor ter sido desligado para medir o nível. Isso ocorre porque, neste tempo, o óleo vem descendo das partes mais altas do motor para o cárter e assim podemos ter a medida real do volume.

Posso aumentar o período de troca quando uso óleos sintéticos?

Embora os lubrificantes sintéticos ofereçam qualidade superior, a maioria dos fabricantes de veículos ainda não diferencia os períodos de troca entre sintéticos e minerais. Recomendamos então seguir a indicação do manual do proprietário.

Qual a diferença entre “serviço severo” e “serviço leve”, que são termos usados pelos fabricantes de veículos quando falam em intervalos de troca?

Serviço severo é típico para os carros que andam nos centros urbanos, com o anda-e-pára do tráfego e por pequenas distâncias, de até seis quilômetros, ou em estradas em que haja muita poeira. Serviço leve é aquele em que os carros trafegam por percursos longos e velocidades quase constantes em rodovias com boa pavimentação, como no caso de viagens.

O filtro de óleo também deve ser trocado? Quando?

Sim. O óleo, com seus aditivos detergentes e dispersantes, carrega as sujeiras que iriam se depositar no motor. Ao passar pelo filtro, as impurezas maiores ficam retidas, e as menores continuam em suspensão no óleo. Chega um momento em que o filtro, carregado de sujeira, dificulta a passagem do óleo, podendo causar falhas na lubrificação. A situação se agrava quando ocorre o bloqueio total do filtro de óleo, o que pode causar sérios danos ao motor.
O período de troca do filtro de óleo também é recomendado pelo fabricante do veículo e consta do manual do proprietário. Normalmente ela é feita a cada duas trocas de óleo. Porém já existem fabricantes que recomendam a troca do filtro a cada troca do óleo, para que não haja mistura do óleo novo com o residual que se encontra no filtro.

Devo adicionar algum aditivo ao óleo para melhorar o desempenho?

Não há necessidade de adicionar aditivos complementares ao óleo. Os lubrificantes recomendados já trazem todos os aditivos necessários para atender perfeitamente ao nível de qualidade exigido.

Quais são os efeitos de usar cada óleo em cada tipo de motor? Se eu comprar um óleo para alta performance e colocá-lo em meu carro 1.0, estarei correndo algum risco?

Quando o óleo atende ou supera a especificação requerida pelo fabricante, os efeitos são só positivos, pois o lubrificante vai exercer sua função de forma adequada, garantindo que o motor estará sempre bem lubrificado. O grande problema é utilizar lubrificantes com especificações inferiores ao exigido pelo fabricante, pois essa prática poderá fazer com que o motor funcione sem atender ao mérito de limpeza adequadamente, causando desgastes prematuros, redução da vida útil do lubrificante, entre outros problemas.

Há casos em que posso desperdiçar dinheiro? Ou seja, comprar um óleo mais caro sem precisar?

O que precisamos avaliar aqui é o custo do lubrificante quando comparado ao custo total de manutenção e o próprio valor de veículo, principalmente quando analisamos a taxa de freqüência de troca que gira em torno de uma a duas trocas por ano. Correto seria utilizar lubrificantes que atendam a especificação do veículo. Utilizar lubrificantes superiores, ainda que possa ser mais caro, vai garantir que seu motor esteja bem protegido.
Caso o consumidor se sinta confortável em utilizar especificações superiores, não estará desperdiçando dinheiro, pois seu carro apresentará uma melhor lubrificação, o que pode aumentar sua vida útil e reduzir os custos de manutenção. Um ponto importante a observar é que os óleos sintéticos têm viscosidades mais baixas, o que em carros muito antigos pode implicar em um maior nível de consumo de óleo, que precisa ser acompanhado. O litro de óleo mineral custa a partir de R$ 6, e o de sintético chega a R$ 60.

Qual é a relação entre usar combustível de um posto não muito confiável e a questão da lubrificação?

Combustíveis adulterados são danosos ao motor e implicam queima inadequada e excesso de sujeira no motor. Lubrificantes de maior performance, como semi-sintéticos e sintéticos poderiam resistir um pouco mais que os minerais, mas não seriam suficientes para evitar a borra em motores que rodam com combustíveis fora das suas especificações, principalmente aqueles adulterados com solventes.

É verdade que o óleo de motor deve ser claro, e o de engrenagem, escuro?

Não. Os óleos lubrificantes são formulados misturando-se básicos e aditivos e a sua cor final dependerá da cor do básico e do aditivo que forem empregados na sua formulação. Além disso, a cor não tem nenhuma influência no desempenho do óleo.

O óleo mais escuro é também mais grosso?

Eis outro conceito errado. O óleo mais claro pode ser mais viscoso (grosso) do que um óleo escuro e vice-versa.

Por que o óleo de motor fica escuro com o uso?

Para realizar a função de manter o motor limpo, o óleo deve manter as impurezas que não ficam retidas no filtro de óleo em suspensão, para que elas não se depositem no motor. Desta forma, o óleo se torna mais escuro, e o motor fica limpo.

Ouço dizer que óleo bom é aquele que não baixa o nível e não precisa de reposição. É verdade?

Não. A boa lubrificação é aquela em que o óleo lubrifica até o anel do pistão mais próximo da câmara de combustão onde esse óleo é parcialmente queimado, sendo consumido. É normal um consumo de meio litro de óleo a cada 1.000 quilômetros, levando-se em conta carros de passeio. Mas cada fabricante de motor especifica um consumo normal para seu motor, de acordo com o projeto. É bom ressaltar que carro novo consome óleo, sim senhor!

Nenhum comentário:

Postar um comentário